sábado, 18 de julho de 2009

História para crianças, em vídeo

http://flocos.tv/curta/a-flor-mais-grande-do-mundo/

1º Prémio de Cinema Ecológio

Título: A flor mais grande do mundo
Autor: José Saramago

sexta-feira, 17 de julho de 2009

POESIA... fala por mim...

NUNCA ESTEVE TÃO ACTUAL!

A poesia de Rui Barbosa (poeta brasileiro), apresentada a seguir, poderia ter sido escrita hoje, sem mudar uma palavra.

SINTO VERGONHA DE MIM

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte deste povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-Mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o 'eu' feliz a qualquer custo,
buscando a tal 'felicidade'
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos 'floreios' para justificar
actos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre 'contestar',voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir o meu Hino

e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar o meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo deste mundo!

'De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto'.

Rui Barbosa

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Zé da Costa, mestre da Banda dos BV de Famalicão

Zé da Costa
Desde pequenina que oiço falar no avô materno da mãe com muita admiração e carinho. Em casa da avó Justina até havia um retrato dele de meio corpo com o traje de bombeiro! E quando a avó faleceu, da corporação pediram uma cópia do tal retrato...
Era mestre da banda de Música da Associação dos Bombeiros Voluntários de Famalicão, falado nos jornais, nos escritos de Vasco de Carvalho, e durante muito tempo recordado por familiares e conhecidos, pela fama que grangeou com sua Banda, mas também pelas peças musicais que escreveu, tendo, inclusive, ganho um prémio com uma música de sua autoria num concurso de bandas em Espanha. Afirma Vasco de Carvalho “celebrou-se como regente desta Banda, e foi autor de algumas peças próprias para este género musical.”E onde param essas peças? Que é feito delas? Continuam a ser tocadas? E a quem atribuem o autor?
José Maria da Costa era natural de S. Tiago de Antas, filho do tamanqueiro José Rodrigues da Costa e de Ana Joaquina da Silva residentes nesta freguesia. Teve uma alfaiataria e uma padaria, mas destacou-se como músico.
Casou por duas vezes e de ambos os matrimónios teve filhos. A segunda vez que se casou foi com a brasileira D. Balbina Ferreira Barbosa, conhecida por D. Binoca, filha de um emigrante famalicense no Brasil pra onde terá ido com cerca de dois anos de idade, segundo contava a filha Iracema.
Em 1917 terá tocado o Hino da monarquia, na Trofa, já em plena República, e desde então entrou em descrédito como homem e músico. Faleceu na Rua Direita de endocardite crónica, com 64 anos, à 1h30m, de 24 de Fevereiro de 1921.