quinta-feira, 19 de março de 2009

O sagrado e o profano


REZAS, CRENDICES E SUPERSTIÇÕES



SANTA CATARINA

Santa Catarina Milagrosa, dai-nos juizinho até à hora da nossa morte.


SANTA LUZIA

Santa Luzia Milagrosa, dai-nos vistinha e claridade até à hora da nossa morte.


SENHORA DOS REMÉDIOS

Senhora dos Remédios, dai-nos remédinhos para nós nos curarmos.


SENHORA DAS DORES

Senhora das Dores, tira-nos as dores que temos no nosso corpo.


S. BENTINHO DA PORTA-ABERTA


S.Bentinho da Porta-Aberta tirai-nos os males que nós temos e dai-nos saudinha.





Reza da Trovoada
Santa Bárbara pequenina



Se vestiu e se calçou
E seu caminho caminhou
Encontrou Nossa Senhora
Que lhe perguntou:
- Aonde vais, Bárbara?
- Vou ao céu
Abrandar a trovoada
Mandá-la para o mar marinho
Onde não haja pão nem vinho
Nem bafinhos de menino
Para sempre Ámen Jesus.

No relâmpago diz-se:
São Jerónimo, Santa Bárbara Virgem.



Reza do Coxo
Eu te corto, ó coxo
Aranha, aranhão
Sapo, sapão
Lagarto, lagartão
E todo o bicho que tem maldição
À frente labrarás
Atrás voltarás
Em louvor de Deus e da Virgem Maria
Um Pai Nosso e uma Avé Maria.




Talhar Aftas
Estrelinha do além
Tira-me esta afta
Que a minha boca tem.



Nota: tem que se dizer 3 vezes ao dia e 3 dias seguidas.


Talhar o bicho
Bicho, bichão
Aranha, aranhão
E o bicho de toda a nação
Em nome de são Silvestre
Tudo que eu diga preste.

Nota: Usa-se lume e tem de se dizer a oração três vezes.

Crenças /Superstições


1. Quando uma mãe estiver a dar de mamar não pode beber água, porque se beber o bebé pode ficar com a gota.

2. Não se bebe água de noite porque a água também dorme.

3. Quando se bebe água de noite deve-se agitar a água.

4. Ter uma vareja em casa é sinal de visitas.

5. Não pôr a carteira no chão é sinal que há pouco dinheiro.

6. Nunca deixe três cadeiras enfileiradas, pois isso atrai influências negativas.

7. Para que tenha um dia tranquilo e cheio de realização levante da cama pelo lado esquerdo, com o pé direito, e não deixe que ninguém lhe arrume a cama.

8. Se você passa por debaixo de uma escada triangular é sinal de que poderá atrair energias negativas.

9. Outra superstição diz que se a pessoa se deitar sobre uma mesa estará chamando a morte.

10. Nunca pendure um quadro de cabeça para baixo, pois isso dá azar.

11. Se um relógio parar de repente, é sinal de que poderá enfrentar problemas pela frente.

12. Se um telefone, assim que ele tocar, ficar a chamar por muito tempo, significa que você deve tomar cuidado com as energias negativas.

13. Existe crença de que os maus espíritos passam pelas portas. Por isso, para afastá-los, coloque quadros ou estátuas de santos e anjos, porque senão terá muitas coisas negativas.

14. Se a mãe estiver a beber não pode dar mama ao bebé.

15. Quando se faz uma casa, no primeiro dia que se vai para lá morar deve-se comer uma galinha preta porque dá sorte.

16. Não se deve passar por baixo da mesa, porque dá-nos a gota.

17. Quando está a trovejar, não se deve estar à porta porque podemos ficar paralíticos.

18. Se uma tesoura cair no chão é sinal de azar.

19. Quando trovejar não se deve pôr os dedos em ferro, senão fica com os dedos lá colados.

20. Não se deve matar um gato preto porque dá azar.

21. Quem tem dentes raros é mentiroso.

22. Quem passar ao cemitério a partir da meia-noite, vai ficar com a doença que o morto tem.

23. Para ter paz no seu dia-a-dia, ande com um ramo de salga na sua bolsa.

24. Varrer a casa à noite, é varrer a riqueza.

25. Se uma criança vir uma pessoa a comer, pode ficar ougada. Para desougar tem que se fazer um bolo com azeite, a criança tem que ir para trás de uma porta, passa-se o bolo por debaixo da porta e a criança tem que comer, se não o comer, dá-se o bolo ao cão.

26. Fita vermelha dá sorte.

27. Os bebés não devem dar beijos nos espelhos, pois podem não vir a falar.

28. Quando mexer o chá na xícara, faça-o da esquerda para a direita, caso contrário pode causar futuras brigas.

29. Se duas mulheres serviram o chá do mesmo bule, significa que uma delas terá um filho dentro de 1 ano.

30. O sal serve para afastar os «olhos gordos».

31. Não se deve passar por baixo de uma escada porque não cresce mais e dá azar.

32. Não se deve cheirar flores porque o bebé pode nascer com uma flor desenhada na pele.

33. Uma grávida não deve beber num copo rachado porque o bebé pode nascer com o lábio rachado.

34. Não se deve matar lagartixas em dia de sol, porque senão no dia seguinte chove.

domingo, 15 de março de 2009

Plantas que curam / remédios caseiros




Tratamentos da avó



COMO SECAR AS PLANTAS?



- Secá-las num lugar seco, arejado e às escuras.
- Os ramos devem ficar suspensos e virados para baixo.
- As folhas e flores devem ser bem espalhadas num tabuleiro para secarem como deve ser.







    • Modo de preparar

Existem várias formas de consumir as ervas, as principais são :

– Deve ser preparada para ser usada na hora. Jogue um copo de água potável e água a ferver sob as plantas. Tape e deixe em repouso meia hora. Depois basta coar.

Decocção – É o cozimento das ervas. Coloque a quantidade desejada da planta em uma vasilha com um copo de água. Deixe ferver, aproximadamente 15 minutos. Vá acrescentando água, espere esfriar e coe.



ALECRIM


Características: arbusto grande, fortemente aromático, sempre verde, com folhas azuis, rosa ou brancas.

Aplicações: intestinos, fígado, cansaço e dores de cabeça.

Partes usadas: ramos frescos ou secos.

Modo de preparar: pôr o alecrim em água a ferver um ou dois raminhos.

Como tomar e durante quanto tempo?
Tomar depois das refeições, ou só à noite durante três dias seguidos. Se utilizado como estimulante para os intestinos: uma chávena ao levantar.

**
Segundo a sra. Delmina Sampaio, de V. N. de Famalicão, também serve para curar feridas (cicatrizante exterior). Ora vejamos a sua receita: molham-se as folhas de alecrim em vinho e colocam-se sobre as feridas. Faz-se este tratamento 3 vezes por dia, até curar.



CAMOMILA

Características: as folhas penugentas desta pequena perene são fortemente aromatizadas quando esmagadas.

Aplicações: brônquios, indigestão e funciona como sedativo suave.

Partes usadas: flores.

Modo de preparar: infusão.

Quando tomar?
No fim do almoço e ao deitar.





CARQUEJA





Características: planta subarbustiva, sem folhas.



Aplicações: bronquite, tosse, rins, bexiga, colesterol e tensão.


Partes usadas: flores ou ramos.

Modo de preparar: Pôr água a ferver, deitar a carqueja e deixar ferver mais um pouco.


Quando tomar?
Tomar depois das refeições, de preferência.



CEBOLA

Características: planta herbácea, de bolbo grande, liberta enzimas que provocam ardência nos olhos, tem mau cheiro e provoca mau hálito.

Aplicações: rouquidão, tosse e circulação sanguínea.

Partes usadas: cascas da cebola.

Modo de preparar: Pôr água ao lume a ferver, deitar as folhas e deixar ferver um pouco.

Quando tomar?
Tomar sempre que quiser.

* A cebola crua, consumida antes das refeições, é boa para a diarreia.



CENOURA


Características: cor laranja

Aplicações: tosse, dores de garganta e constipações.

Partes usadas: a cenoura.

Modo de preparar: descascar uma cenoura, cortá-la em rodelas finas, deitar uma camada de açúcar amarelo por cima e deixar assim de um dia para o outro. Fica uma espécie de xarope.

Quando tomar?
Tomar três vezes ao dia uma colher deste xarope ou apenas uma colher ao deitar.

* Se consumida crua contribui para curar aftas; cozida faz bem à diarreia e às úlceras.




CHÁ VERDE

Características: de cor verde e com baixo teor de cafeína, ajuda a diminuir o stress do dia-a-dia.

Aplicações: indigestão, estômago e coração, relaxante e sedativo.

Partes usadas: folhas.

Modo de preparar: pôr água a ferver, deitar um bocado de chá verde e deixar ferver um pouco.

Quando tomar?
No fim da refeição, preferencialmente.



ERVA-CIDREIRA

Características: de cor verde e aroma a limão, é uma perene arbística, média, subespontânea em Portugal.

Aplicações: indigestão, bichas, insónias, febre, dores de estômago e acalmar os nervos.

Partes usadas: folhas e caules frescos ou secos.

Modo de preparar: pôr água a ferver, deitar um bocado de erva-cidreira e deixar ferver um pouco.

Quando tomar?
Tomar preferencialmente depois das refeições, pois desgasta o estômago. No entanto, se tiver bichas deve tomar três vezes ao dia, durante dois dias.

* Atenção: deve ser apanhada no dia de S. João.



EUCALIPTO

Características: árvore de porte elevado, de folhas largas, bastante aromáticas, é oriunda da Austrália e da Tasmânia.

Aplicações: bronquite, asma, constipações, sinusite, feridas, infecções, borbulhas, caspa, oleosidade do cabelo, desinfecção do ambiente de uma casa ou de um quarto.

Partes usadas: folhas largas.

Modo de preparar: fazer um cozinhado das folhas de eucalipto (pode-se juntar alecrim).

Como aplicar e durante quanto tempo?

* No uso externo, pode ser aplicado na lavagem de feridas, a frio, infecções, borbulhas e cabeça.

* Os vapores podem ser inalados directamente do recipiente onde foi preparada a infusão, no caso de querermos tratar bronquite, sinusite, constipações ou asma.

* Com as folhas fervidas durante algum tempo também se pode desinfectar a casa.




FIGUEIRA


Aplicação: verrugas.

Partes usadas: seiva da base das folhas ou dos figos.

Como aplicar?
Coloca-se a seiva (leite) da base das folhas ou dos figos sobre a verruga durante os dias que precisar, ou seja, até que seque e desapareça


FUNCHO


Características: é uma planta herbácea, cheirosa, com folhagem penugenta.

Aplicações: mau hálito, facilitar a digestão, sangue, cérebro e fígado.

Partes usadas: ramo sem flor. Pode secar ou congelar as folhas

Modo de preparar: infusão. Por cada litro de água deita-se uma colher de sopa desta planta e deixa-se ferver durante alguns minutos.

Quando e como tomar?
Bebe-se a qualquer hora, mesmo frio, em vez de água.

* Nota: O funcho também pode ser utilizado na sopa.


HIPERICÃO


Características: perene de tamanho médio, de flores amarelas em forma de estrela, folhas semi-verdes, grandes pintas translúcidas que contêm o óleo usado em medicina tradicional. Também é conhecida por planta mijadeira.

Aplicações: vesícula, rins, fígado, intestinos, estômago, tensão nervosa, ansiedade, circulação do sangue, problemas da menopausa, contusões, entorses, cãibras, névoa dos olhos, queimaduras e feridas.


Partes usadas: folhas e flores frescas ou secas.

Modo de preparar: ferver a água e deitar as folhas e as extremidades floridas (de 3 a 5 g).
No caso da névoa no olho, deve-se molhar as folhas em água e pôr no olho.

Quando e como tomar?
Tomar, de preferência, de manhã, em jejum ou 3 chávenas por dia, antes das refeições.

* No caso da névoa no olho, deve-se molhar as folhas em água e pôr no olho. Isto deve ser feito durante uma semana e 4 vezes ao dia.

Atenção: - Evitar o uso prolongado deste chá, porque pode trazer problemas.
- A folhagem é prejudicial se ingerida.



HORTELÃ


Características: planta herbácea, de folha larga, cor verde e aromatizada.

Aplicações: estômago, diarreia, “bichas”, constipações, enxaquecas, dores de cabeça e nervos.

Partes usadas: caules e folhas frescas ou secas.

Modo de preparar: Infusão.

Quando e como tomar?
Tomar uma chávena cheia quando for necessário, preferencialmente após as refeições. Caso seja para as bichas, acrescentar umas gotas de vinagre e consumir em jejum.

* Atenção: a) Não dar a bebés nem a mulheres que estão a amamentar crianças, pois reduz a quantidade de leite.
b) Pode ser utilizado na comida como condimento.



LARANJEIRA


Aplicações: constipação, tosse e insónias.

Partes usadas: folhas, flores frescas ou secas.

Modo de preparar: Pôr água a ferver, deitar as folhas de laranjeira e deixar ferver mais um pouco. Se tiver insónias faz infusão com as flores frescas ou secas.

Como tomar e durante quanto tempo ? Tomar quando precisar, 3x dia.


LIMÃO


Aplicações: digestão, dor de garganta e constipações.

Partes usadas: cascas de limões.

Modo de preparar: ferver a casca em água durante dois ou três minutos.

Quando e como tomar?
Beber com açúcar ou mel sempre que necessário e se quiser pode acrescentar umas gotas de sumo de limão. Se estiver constipado deve beber o chá bem quente, à noite, ao deitar na cama.



LIMONETE


Características: planta arbustiva, odorífera, também conhecida por lúcia-lima.

Aplicações: fígado e estômago.

Partes usadas: as folhas.

Modo de preparar: ferver a água, deitar as folhas e deixar ferver uns trinta segundos.

Quando e como tomar?
Tomar de manhã e à noite.




LOUREIRO


Características: planta subarbórea, nativa do Mediterrâneo, perene e de cor verde. As folhas são secas inteiras, pois assim mantém o seu sabor durante quase todo o ano .

Aplicações: alivia dores causadas por entorses, feridas e reumatismo.

Partes usadas: folhas.

Modo de preparar: Molha-se o louro em vinho tinto e coloca-se por cima das feridas.

Durante quanto tempo ? Colocar o louro por cima da ferida e deixar ficar uns vinte minutos. Fazer isto 3 x ao dia durante 3 dias seguidos. Se não curar prolongar por mais três dias.



MACELA


Características: planta de flores amargas e aromáticas.

Aplicações: estômago, fígado, rins, bexiga, sinusite, faringite, outras doenças.

Partes usadas: cabecinhas de macela secas ou frescas.

Modo de preparar: ferver a água e deitar dentro cabeças de macela..

Quando e como tomar?
Tomar às refeições, excepto nos casos de faringite e sinusite. Nos casos da faringite, o chá serve apenas para gargarejos, enquanto nos de sinusite pode ser inalado ainda quente.

* Atenção: Não se deve tomar durante a menstruação, a gravidez e o aleitamento.



MALVA


Aplicações: queimaduras, pisaduras, picadas de insectos e feridas.

Partes usadas: folhas frescas.

Modo de preparar e aplicar: pisam-se muito bem as folhas frescas e põem-se sobre as pisaduras, queimaduras, ou esfrega-se sobre o local irritado pela picadela de insecto. Para as feridas: põem-se as folhas na água e deixa-se ferver um pouco; deita-se a água bem quente com as folhas dentro numa bacia e põe-se na ferida. Isto durante 8 dias.

Nota: Podem-se cozer verdes ou apanhar no S. João.



OLIVEIRA



Aplicações: tensão, diabetes, fígado.

Partes usadas: folhas frescas ou secas.

Modo de preparar: ferver cerca de um litro de água, deitar dentro umas 9 folhas e deixar ferver.

Como tomar e durante quanto tempo?
Beber pouco e só uma vez por dia, em jejum, durante uns três dias na semana, pois continuado faz mal ao coração.

* Nota: As folhas têm de ser contadas – cinco, sete ou nove.



SABUGUEIRO


Aplicação: queimaduras.

Partes usadas: folhas.

Modo de preparar: cozer as folhas de sabugueiro.

Como aplicar e durante quanto tempo?
Pôr sobre a queimadura até secar e depois substituir por outras folhas.

* As folhas desta planta secam-se no Verão à sombra.

SALSA


Aplicação: colesterol.

Partes usadas: Folhas ou caules.

Modo de preparar: põe-se água numa chaleira até ferver, quando já está a ferver põe-se as folhas ou caules dentro da chaleira e deixa-se arrefecer um pouco.


SALVA


Aplicações: Para regularizar o período menstrual, problemas de garganta, aftas, vesícula, digestão e para limpar o estômago.
Externamente pode ser usado para aftas, frieiras e entorses.

Partes usadas: ramos e folhas frescas ou secas.

Modo de preparar: deitar numa cafeteira de água a ferver um ou dois ramos de salva. Se tiver aftas, faz decocção de um punhado de folhas para bochechar.

Como tomar e durante quanto tempo?
Beber em jejum três ou quatro dias seguidos. Também se pode beber no momento em que a pessoa esteja aflita.
* Atenção: Evitar durante a gravidez e não dar a beber a epilépticos.



TÍLIA Características: árvore, por vezes de grande porte, contém essências aromáticas, ricas em magnésio.

Aplicações: estômago, rins, bexiga, enxaqueca, diarreia, propriedades sedativas, o que o torna num anti-inflamatório, problemas nervosos (acalma).

Partes usadas: extremidades floridas.

Modo de preparar: ferver a água e deitar um bocadinho de tília.

Como e quando tomar?
Beber sem açúcar, 3 chávenas por dia depois das refeições, ou então beber só à noite.

* Nota: Apanha-se em Junho, vésperas de S. João.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Famalicão_ Datas históricas

1205 - Recebeu foral de D. Sancho I.
1217 - Confirmação da Carta de Foral por D. Afonso II.
1835 - Foi criado o concelho.
1841 – D. Maria II concedeu a V. N. de Famalicão a categoria de Vila e passou a sede de concelho.
1948 – Primeiro Plano de Urbanização da Vila
1985 - Foi elevada a cidade por lei de 14 de Agosto deste mesmo ano.

Feiras do Concelho de V. N. Famalicão

Semanais:

* Vila Nova de Famalicão à quarta-feira;
* Oliveira S.Mateus à quinta-feira;
* Joane ao Sábado.



Anuais:

* Vila Nova de Famalicão - Feira grande ou feira das trocas a 8 de Maio;
* Vila Nova de Famalicão - feira grande de S. Miguel a 28 de Setembro.

O espaço da feira

As informações mais antigas que encontramos referentes ao local da feira datam de 1835, e dizem que o campo da feira era muito menos espaçoso que o actual espaço. Apenas existiam algumas barracas de madeira cobertas de colmo para os feirantes que aí acorriam de quinze em quinze dias, e nas duas feiras grandes anuais de 8 de Maio e de 29 de Setembro aumentavam o seu número .
Além de ser um espaço pequeno, era composto, em parte, por bouças e matas particulares que iam do Cruzeiro até à capela. Aí se aglomeraram barracas a esmo e no meio de uma confusão geral. As reformas surgiram no início de 1842, com o alargamento do espaço destinado às trocas comerciais e algumas obras que pouco resolveram a situação. O número de barracas, era excessivo e a sua implantação continuava caótica.Só a partir de 1880 se conseguiu mais terreno, a abertura e pavimentação de uma rua a norte do campo da feira, o rebaixamento do terreno em frente aos prédios do Montulo, e a construção de acessos da estrada ao campo de feira destas obras devidas sobretudo à iniciativa de Adriano Pinto Basto, terá resultado, possivelmente, o Picadeiro, a demolição dos prédios que desalinhavam ou obstruíam os arruamentos, bem como a demolição do Cruzeiro. Mais tarde, no lugar deste construiu-se um quiosque, transferindo-se a capela (1921) para onde está actualmente.
Construído o edifício de Cupertino de Miranda (Banco Português do Atlântico, Biblioteca...), a feira transferiu-se para o espaço junto do rio Pelhe, e na década de 90 para o local onde actualmente se fazem às quartas-feiras.

Famalicão_ BREVE HISTÓRIA DAS FEIRAS

Uma das mais melhores tradições Famalicenses são as feiras, criadas pelo foral de D. Sancho I, faziam-se quinzenalmente, e, desde o princípio do século XIII, foram um local de importantes trocas comerciais, para além de serem, desde sempre, um ponto de encontro de pessoas e de recolha e troca de informação.
“ (...) Mando que façais uma feira ao domingo, de quinze em quinze dias, e pagueis portagem como pagam em S. Pedro de Rates. E todos os que vierem à feira não serão penhorados ou retidos por ‘calúnia’ sobre qualquer acção cometida nesse dia.”

Carta de foral de Famalicão – 1205(adaptado)

A crise do séc. XIV também se reflectiu nestas feiras, no entanto, após esta crise, sobremaneira na primeira metade do séc. XVI, verificou-se um revigorar deste comércio quinzenal e, consequentemente, o desenvolvimento sócio-económico de Famalicão .
Em 1706, Famalicão que contava somente 100 fogos, era então sede do Julgado de Vermoim, pertencente à comarca e Barcelos, continuando a sua feira quinzenal e tinha já uma anual para gados no dia de S. Miguel.
O Abade Caetano José de Sousa Rebelo, em 1758, faz-nos uma descrição pormenorizada das feiras de V.N. que tinham lugar no campo da feira. Ora vejamos:
“Tem duas feyras grandes em cada anno, a saber, huma em dia de S. Miguel a oito do Mês de Mayo, que dura dois dias, a saber, o dia do Anjo, e o seguinte, e o outro em o dia da dedicação do mesmo anjo S. Miguel ... a vinte e nove de Setembro que dura também este dia, e o seguinte, as quaes feyras são francas para os do termo, e captivas para os de fora delle, vendesse e comprasse nellas, Bois, Vacas, Bestas, e sebados, em grande abundancia, a que concorre gente de longe, e alem disto se vendem varias mercancias; demais destas feyras tem mais outras feyras de hum dia cada huma, e são todas de quinze em quinze dias as quartas feyras, a saber, há nesta terra feyra todo o anno huma quarta feira sim, e outra não, tãobem francas para os do termo, e captiva para os de fora.”


Sabe-se que foi em 1837, mas não se conhece a data exacta, em virtude da destruição do livro 1º Actas, a decisão da Câmara Municipal de torná-la semanal. Porém, Santo Tirso desagradado, ter-se-á queixado que a sua feira era no mesmo dia e, por isso, se suspendeu esta pretensão. Entrou-se então num longo período de litígio e petições, até que numa Sessão de Julho de 1839 a Junta Geral do Distrito de Braga decidiu, finalmente, «que confirmava o estabelecimento do referido mercado semanal nos dias e cítios do costume», tendo sido registada em Alvará de 22 de Agosto deste mesmo ano.
Ora, o dito sítio seria no espaço pequeno, entre o Cruzeiro e a Capela de S. António, ou seja, no local em frente à actual Fundação Cupertino Miranda.
Com a conclusão da construção da estrada Porto–Braga por volta de 1850, a situação da feira foi novamente discutida.
Nos anos imediatos optou-se por destruir algumas barracas e nivelar o terreno de forma a conseguir melhoramentos no espaço onde se realizava a feira.
Foi ainda em 1853 que a Câmara procurou regulamentar e obrigar os comerciantes a ocuparem determinados sítios, a saber: os que vendiam fazendas brancas, capelistas e tendeiros iam desde o cruzeiro até à margem da nova estrada; os doceiros exporiam entre o cruzeiro até à curva em frente deste; os chapeleiros ficaram entre a esquina da casa de D. António Martins Branco até à esquina da capela; e logo a seguir os vendedores de sapatos. Quanto aos ourives, só lhes era permitida a venda no adro da Capela de Santo António.
Em 1859 foi lavrada e assinada escritura entre a Câmara e os proprietários para a cedência de terrenos, que logo pensou na construção de casas de habitação e, deste modo, aproveitar a excelente localização junto à estrada Porto-Braga.