terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Famalicão_ao encontro da sua História


Vila Nova de Famalicão foi um concelho rural que surgiu em 1205 através da carta de foral concedida por D. Sancho I, valorizando-se, assim, em termos económicos e populacionais, sendo a sua área geográfica abarcada por parte da actual freguesia de V. N. de Famalicão.
Em nome de Cristo e por sua graça. Amén.
Seja do conhecimento de todos os presentes e futuros que eu Sancho (I), por graça de Deus Rei de Portugal, juntamente com os meus filhos e filhas, outorgo carta de Foral aos homens daquele meu reguengo de Vila Nova, cujo rendimento é de 40 móios, o qual foral quero que seja estável e firme para aqueles povoadores e toda sua descendência por todo o sempre. Em primeiro lugar, mando que sejam 40 povoadores que tenham casas e terrenos e que trabalhem aquele meu reguengo e que dêem a terça e não mais. E das casas e terrenos dêem um bragal direito e mais nenhum foro; e este bragal seja pago de S. Miguel a S. Miguel. Todo o lucro que estes 40 povoadores obtiverem naquele reguengo possuam-no perpetuamente, por direito hereditário, e vendam-no com o seu foro a quem quiserem E não paguem senão as três 'calúnias’ que são impostas aos homens do hospital, com a diferença de que, em vez dos moios que eles pagam, estes devem pagar soldos. E tenham este foro todos os que aí habitarem...”

Carta de foral de Famalicão – 1205(adaptado)



Este foral foi confirmado por D. Afonso II em 1217, e, mais tarde, com D. Dinis, o concelho revestiu-se de dignidade real e foi valorizado com a criação de uma das mais antigas feiras do país. Em 1307 os documentos referem pela primeira vez o topónimo “Fhamelicam” e com os censos de 1527 já aparece “Vila Nova de Famyliquam”.

Foi centro da terra ou Julgado de Vermoim, pois, à medida que o castelo perdia a importância que tinha tido noutros tempos, ganhou-a Famalicão, ascendendo à condição de centro administrativo, judicial e religioso, vindo, com o tempo, a liderar várias freguesias circundantes.
Depois de em 1410 o Julgado de Vermoim ter sido integrado no termo de Barcelos, a autonomia de V. N. Famalicão manteve-se, assim como um certo crescimento económico e demográfico, porém, em termos políticos e administrativos declinou.

Com o final da guerra civil de 1832-1834 e dentro das reformas administrativas então encetadas pelo liberalismo, tornou-se sede de concelho em 1835.
Aquando da sua visita a Famalicão, em 1841, a rainha D. Maria II elevava esta terra à categoria de vila através de carta de Foral, argumentado: atendendo que na povoação de Famalicão concorrem as necessárias proporções para sustentar com dignidade o título de vila, tanto pelo seu comércio e subido o número de proprietários como pela grandeza dos edifícios, nos quais ultimamente se tem feito consideráveis melhoramentos”.
Onze anos depois, em 1852, volta a vila nova, inaugurando uma série de três visitas régias de que Famalicão foi alvo no decorrer do século XIX.
Só por volta de 1879 que se definiu a estrutura paroquial com os limites geográficos de hoje, embora com ténues variantes, de 49 freguesias.

Nos finais do século XIX começaram a instalar-se em V. N. de Famalicão fábricas e oficinas como a Boa Reguladora, Tipografia Minerva e fábricas têxteis em Riba D’Ave.

Os meios de transporte e comunicação desenvolveram-se imenso, tendo sido inaugurada em 1851 a estrada Porto-Braga e o caminho-de-ferro em 1875.
Em 14.08.1985 , assistimos à elevação de Vila Nova de Famalicão a cidade. Entretanto o crescimento populacional e urbanístico tem avançado imenso, tendo-se alargado o espaço urbano para as freguesias dos arrabaldes, nomeadamente Antas, Calendário e Gavião. As actividades do sector secundário são as que continuam a ocupar a maior parte da população famalicense, no entanto as do sector terciário têm vindo a ganhar algum terreno, enquanto no sector primário, sobretudo a actividade agrícola, se tem reduzido imenso.

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